Em um mundo agitado, barulhento e apressado, sentir-se ansioso é cada vez mais comum, infelizmente. As sensações de aflição e inquietude não são exclusivas de quem é adulto, crianças também podem ter que aprender a lidar com comportamentos ligados à ansiedade.
O mais importante a saber sobre ansiedade é que ela envolve algum nível de percepção sobre o perigo. A mente de uma pessoa ansiosa, seja adulto ou criança, está sempre atenta a alguma ameaça futura, trancada em um estado de vigilância exaustivo. Ter preocupações é parte do comportamento humano e uma das razões pelas quais conseguimos sobreviver, a questão é saber até que ponto pré-ocupar a mente é saudável ou não e como ajudar crianças passando por esse tipo de situação.
Que tipos de ansiedade são comuns em crianças?
- Ansiedade da separação: a criança demonstra desconforto quando separada dos pais ou responsáveis, se recusa a participar de eventos como festas do pijama, teme que coisas ruins aconteçam para si ou para os entes queridos enquanto separados.
- Ansiedade social: forte medo de situações sociais. Sentimento de nervosismo e constrangimento na presença de pessoas fora do seu círculo mais próximo de convívio e medo de ser julgada ou humilhada.
- Fobia específica: medo severo e irracional causado por uma situação ou coisa, como tempestades, preocupação com vômitos ou insetos, por exemplo.
O que torna algumas crianças mais vulneráveis à ansiedade?
A ansiedade pode ter raízes profundas devido a uma mistura de fatores:
- Biológicos, como genes e conexões cerebrais
- Fatores psicológicos, como temperamento e estratégias de enfrentamento
- Fatores ambientais, como pais ansiosos ou experiências e meio ambiente perturbadores na primeira infância.
Como ajudar crianças com transtorno de ansiedade?
- Velocidade: incentive a criança a respirar fundo, devagar, para acalmar os efeitos físicos da ansiedade. Pratiquem juntos inspirando por três segundos, segurando por três segundos e depois expirando por três. Quando estiverem um pouco mais tranquilos, você poderá conversar sobre o assunto com a criança com calma e atenção que a situação merece.
- Agenda: reservar um tempo designado para lidar com as preocupações pode impedir que pensamentos ansiosos assumam o controle. Tente criar um ritual diário chamado “tempo de preocupação” e incentive os pequenos a desenhar ou escrever o que estiver incomodando. Você pode tornar a atividade um pouco mais divertida decorando uma “caixa de preocupações” ou construindo um “muro de preocupações” com post-its. Quando o tempo acabar, depois de 10 a 15 minutos, incentive seus filhos a “guardar” as preocupações na caixa ou rasgar o que escreveram e dar adeus a elas por enquanto.
- Etapas: em vez de contornar a situação assustadora, você pode tentar uma técnica chamada “escada”: dividir as preocupações em pedaços administráveis e gradualmente trabalhando em direção a um objetivo. Digamos que sua princesa tenha medo de água e natação. Em vez de evitar a piscina, crie alguns mini-objetivos para aumentar a confiança dela. Comecem assistindo outras crianças nadando. À medida que ela se sentir mais à vontade, faça com que tente balançar as pernas na água, depois de pé na parte rasa e assim por diante.
- Pensamento: crianças com ansiedade geralmente ficam presas no pior cenário. Elas podem ser orientadas a mudar esses padrões de pensamento se lembradas de quando lidaram com problemas semelhantes no passado e como as coisas funcionaram bem. Além disso, auxilie de forma que a criança analise seus pensamentos assustadores com fatos e evidências, por exemplo, sabemos que os crocodilos não podem sobreviver debaixo da cama! Se ainda assim a ansiedade persistir, faça um plano de como seu filhos responderão se as coisas não correrem como gostariam.
- Experimentar: crianças ansiosas geralmente se preocupam em cometer erros ou em não ter as coisas perfeitas. Isso pode levar a evitar situações ou atividades. Elas preferem ficar de fora do que errar. Enfatize a possibilidade de experimentar coisas novas e se divertir, seja com um sucesso ou fracasso.
- Exemplo: não basta dizer ao seus filhos como superar as emoções, mostre-lhes. Quando você ficar ansiosa ou estressada, verbalize como está lidando com a situação: “Isso parece um pouco assustador, mas vou tentar”. Isso vai ajudar o enfrentamento dos seus próprios medos e ainda servirá de exemplo positivo para seus filhos.
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- Controle: pense no que você pode fazer para que seus filhos sintam que têm algum controle sobre a situação assustadora. Por exemplo, a preocupação com intrusos pode ser administrada fazendo com que a criança seja responsável por fechar e trancar a janela do quarto à noite.
- Comportamento: as crianças captam todos os tipos de sinais dos adultos, então pense nas mensagens que você está enviando. Membros da família superprotetores podem, sem perceber, reforçar o medo das crianças de que o mundo é um lugar perigoso, onde tudo pode machucá-lo. Da mesma forma, os pais que ajudam demais estão subconscientemente dizendo aos filhos que não podem fazer nada sem o apoio de adultos. Excessos, mesmo de amor e zelo, podem aumentar padrões de ansiedade em crianças.
- Relaxamento: o que você gosta de fazer quando está estressada? Para algumas pessoas, desestressar significa tomar um longo banho, passear no parque ou assistir um filme engraçado. Outros desfrutam de uma corrida de lazer em uma trilha natural ou simplesmente brincam com o animal de estimação. Saiba o que exatamente deixa sua princesinha relaxada e proponha essas atividades quanto observar a ansiedade se aproximando.
- Ajuda: Acompanhando psicológico profissional deve ser considerado assim que os sintomas de ansiedade parecerem muito frequentes e comprometendo a saúde e desenvolvimento da criança. Precisar de ajuda externa não demonstra fraqueza ou incapacidade de ser uma boa mãe, ao contrário, mostra que você sabe seus limites e tudo bem ter que contar com alguém para superar um desafio.
Fique bem!