Culpa: como lidar com a sensação de não fazer o suficiente

A culpa é como a chuva ácida que corrói nossa saúde emocional.

Essas declarações parecem familiares?

“Minha casa está uma bagunça. Por que eu não consigo deixar tudo arrumado?”

“Eu esqueci da consulta no médico. O que há de errado comigo?”

“Comi muito ontem à noite e agora me sinto inchada e horrível.”

“Não estou fazendo o suficiente pelos meus filhos / marido / pais / amigos. Sou tão egoísta!”

A culpa é uma emoção comum e nós mulheres, em particular, somo mais propensas a nos sentirmos culpadas. Continue lendo e saiba estratégias para lidar com a culpa.

Por que as mulheres se sentem mais culpadas?

Por que as mulheres são mais suscetíveis a sentir culpa? A resposta provavelmente está na socialização. Em todas as sociedades, mulheres e meninas foram educadas por milhares de anos para se darem bem com outras pessoas, não ferir os sentimentos de ninguém e cuidar de seus entes queridos. Em muitas famílias, as mulheres assumem mais responsabilidade por manter contato com parentes e amigos, cumprir os horários e manter a casa funcionando de maneira eficaz.

A vida moderna trouxe ainda mais responsabilidades para as mulheres, e com isso mais possibilidades de culpa. Em grandes doses, a culpa é como um alarme que não desliga e pode ser incrivelmente perturbadora e desmoralizante, até mesmo afetando a saúde devido ao estresse que gera. A culpa não resolvida ou a culpa excessiva interfere no funcionamento cognitivo, na concentração e nas tarefas diárias. Isso nos impede de aproveitar a vida e, em muitos casos, pode nos fazer recorrer a uma espécie de autopunição.

Como lidar com a culpa

Se você está propensa a sentir o tipo de culpa doentia, em que você está sempre se culpando por não fazer o suficiente, use as estratégias abaixo para se libertar. É preciso muita prática e repensar deliberadamente para mudar um padrão arraigado de culpa, então seja paciente consigo mesma:

1. Procure as evidências

Se você se sente culpada porque “não está fazendo o suficiente” por seus filhos, parceiro ou família, liste todas as coisas que você faz regularmente por eles. Em seguida, mantenha a lista em sua bolsa ou em uma aplicativo de anotações do celular para ler quando a culpa surgir.

2. Seja direta e obtenha mais informações

Pergunte às pessoas que você acha que está negligenciando se elas realmente se sentem negligenciadas. Considere se elas têm a tendência de esperar muito e não assumir responsabilidade suficiente por si mesmas, por exemplo , adolescentes que esperam que você faça tudo por eles. Então, pense em como um observador externo veria a situação. Se você concluir que realmente não está fazendo o suficiente, apresente algumas soluções ou compromissos que equilibrem as necessidades de todos.

3. Aprecie a si mesma e tudo o que você faz

Escrever um diário de gratidão no final de cada dia observando pelo menos três coisas que você fez que promoveram seus objetivos ou ajudaram alguém que você gosta. No final da semana, leia o que você escreveu. A culpa e o perfeccionismo têm um viés negativo. Eles fazem você prestar atenção ao que não está fazendo certo. Ao escrever o que realmente fez, você pode superar essa cobrança tóxica e se forçar a se concentrar em suas realizações.

4. Pense em como você veria as coisas se os papéis fossem invertidos

Muitas vezes achamos fácil ser compassivas e compreensivas com os outros, mas somos muito severas conosco. Ao tomar a perspectiva da outra pessoa, você provavelmente verá sua situação de outro ângulo e pode chegar a conclusão que que não há motivos para se sentir culpada.

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5. Limite o pensamento

Você está pensando sobre a situação em termos de tudo ou nada? Você acha que se você não é a esposa (ou filha, ou irmã) perfeita, deve ser a pior pessoa do planeta? Considere outras maneiras de ver a situação. Considere seus esforços no contexto, em vez de sempre esperar a perfeição.

6. Peça ajuda

Às vezes, o sentimento de culpa pode desaparecer quando assumimos que estamos sobrecarregadas e precisamos de ajuda. Ter uma conversa franca com a família e reorganizar a agenda e tarefas domésticas pode ser o primeiro passo para livrar-se da culpa. Outra opção é buscar ajuda terapêutica, uma visão de fora e com conhecimento especializado auxilia no entendimento dos conflitos e possibilita a chance de vermos soluções que até então não eram consideradas.